A
prisão da quadrilha (uma delas) que atormentava as residências em
nossa região pode servir para iniciar um debate sobre como devemos
proceder e tratar as ameaças à coletividade.
Nos
grupos de WhatsApp foram diversos os questionamentos sobre o assunto.
A polícia pedia para que as vitimas comparecessem à delegacia para
prestar queixa e fazer o reconhecimento.
Surge
o questionamento sobre a insegurança de ser alvo de represália …
já dando como certa a liberdade concedida pelo judiciário.
Após
ouvir amigos policiais e outros membros de Conseg’s … Concluímos
que o apoio a NOSSA polícia é de suma importância para colaborar
para a NOSSA segurança.
Se
um dos principios dos Conseg’s é fazer com que o cidadão tenha
consciência do quanto ajuda a sua participação e do quanto a união
pode fazer diferença, não podemos sucumbir ao constrangimento de
apontar aqueles que nos ameaçam.
Caso
haja alguma insegurança, façamos um pequeno grupo …. mas não
deixemos de agir. A queixa e o reconhecimento formam um histórico,
alimentam dados estatísticos, dão legitimidade às nossas carências
…. e principalmente mostram para o policial que o seu esforço,
que parece ser desprestigiado pelo Estado, é reconhecido pela
sociedade.
Fazendo
um esforço para não deixar ser guiado pelos instintos mais
primitivos …. fica claro que nossa sociedade é vítima de uma
inversão de valores.
A
hipocrisia de direitos humanos concedidos a elementos que dele se
aproveitam para violentar o cidadão e a coletividade. Direitos
humanos concedidos a quem não age como humano.
Não
podemos nos defender. Não podemos nos armar.
Não
podemos repelir a ameaça às nossas famílias.
Porém
… ameaça deveria ser tratada como ameaça.
Esta
colocação não é um levante ao desrespeito da Lei. Leis evoluem
conforme a sociedade evolui. Leis são instrumentos para regular o
convivio dos membros de uma sociedade.
Seja
da Constituição ou do condomínio do Edifício …. a lei deve
ordenar a vida da coletividade.
O
fato de ser Lei não a exime de erro, equívoco ou falta de
abrangência.
Leis
já fizeram homens escravos. Leis já separaram raças.
Leis
faziam distinção entre o cidadão masculino e o feminino (mulheres
não tinham direitos)
Então,
se a Lei é burra e hipócrita …. muda-se a lei.
Vivemos
em coletividade para nos unir e compensar carências e necessidades
que não podemos promover por conta própria. Segurança, saúde,
educação, saneamento, mobilidade ….
Unimo-nos
para formar uma sociedade onde todos contribuem para disponibilizar
qualidade de vida. Todos somam. Todos produzem. Todos crescem.
Se
um indivíduo torna-se uma ameaça ... tendo por objetivo subtrair
essa qualidade de convivência, ele tem que ser desestimulado e
combatido.
Uma
ameaça não pode ter mais condescendência do que o cidadão
produtivo.
Uma
ameaça não pode ter regalias a concessões.
Quando
encarcerada, a ameaça não pode ter contato físico com ninguém que
possa lhe dar algo.
Não
pode ter telefone. Não pode ter visita íntima. Não pode ter
“salário”.
Não
pode ter tempo nem possibilidade de tramar contra a sociedade. Tem
que trabalhar.
Ameaça
tem que pagar o dano e compensar a sociedade o custo de matê-la sob
guarda.
Vivemos
tempos em que os valores sociais estão de ponta cabeça.
Político
é “mais gente” do que cidadão.
Bandido
tem mais direito do que a vítima.
Paga-se
mais a um presidiário do que a um professor.
Assistimos
marginal dando dedo na cara de polícial.
Sabemos
de bandido acusando polícia de maus tratos.
Vemos
vítima presa porque se defendeu de ameaça.
Em
todas as rodas de conversas a indignação é assunto presente. Onde
está o problema?
As
atribulações da vida moderna, a cobrança do sucesso, a filosofia
de estar sempre na frente e se superando, fizeram de nossa sociedade
um agrupamento de “eus sozinhos”. Delegamos e elegemos outros,
para que decidam sobre o que é nosso, e não raramente deixamos que
as coisas aconteçam sem o devido acompanhamento. O fato é que as
ameaças às nossas vidas tem se avolumado. O grito de indignação
pede para sair. Mas a quem gritaremos?
Nossa
muitas leis criam labirintos jurídicos onde a habilidade remunerada
encontra caminho para o descaminho.
Quantas
vezes já ouvimos: “Não posso fazer nada. A Lei não me
permite” - polícias, políticos, juízes, gestores … todos
atuando no limite do que a Lei” lhes permite. É a arena perfeita
para o jogo do faz de conta: Você finge que participa, eu finjo que
me importo, ele finge que faz alguma coisa…. E assim nossa
qualidade de vida vai escoando pela sargeta da omissão.
Não.
Não somos a Dinamarca
É
hora de nossa sociedade debater nossos procedimentos de forma clara e
sem hipocrisia. O que nos aflige? O que nos ameaça? O que precisa
ser feito? Quem vai fazer? O que vai fazer?
Temos
que juntar todos os segmentos da sociedade ... sem hierarquias,
doutores, excelências, holofotes e pedestais ….
Cidadania
é como TV sem controle remoto: se não levantar do sofá, não
acontece nada.
“NOSSA
SOCIEDADE TEM UM PROBLEMA” ….
Como
NÓS vamos resolve-lo?