Eu estava na meia idade e em ótima forma.
Ao longo da vida, passei por todas as transformações inerentes ao amadurecimento.
Partes do corpo se alteraram, cresceram, incharam e até mudaram de lugar.
Meu humor teve altos e baixos, sobressaltos, explosões e calmarias.
Sentia harmonia e equilíbrio entre o meu eu interior e meu físico.
Sentia minha aura azul e o calor emanado do sol.
Sentia a vida em mim.
Em dado momento percebi uma pequena alteração na superfície do corpo.
Rapidamente aquela alteração pareceu maior e começou a se alastrar.
Quando a febre começou, percebi que se tratava de algum organismo vivo que se proliferava em meu corpo.
O incomodo aumentava e a alteração de temperatura tornou-se uma constante.
Maldita “pereba”, pensei.
Tá se achando poderosa e resolveu usar meu corpo como se fosse seu. Espalhou-se tão rápido que mal deu tempo de acompanhar o estrago que fez em minha vida.
Meus pelos estavam sumindo em várias regiões.
Sentia odores e coceiras e arrepios estranhos.
A praga fora longe demais. Esse corpitcho rechonchudo tinha dono.
Tinha que tomar uma atitude antes que fosse tarde.
Era hora de recuperar meu equilíbrio. Era hora de mostrar quem estava em desacordo.
Era hora de eliminá-la.
Meu nome é ... Terra
E o da pereba .... homem
Pois é. Basta um pequenino vulcão, e toda a estrutura de vôo da pereba é alterada.
Muitos planos de negócios e de laser se viram deitados nos pisos dos aeroportos.
Algumas perebas mais arrogantes já acenam com processos de perdas e danos econômicos.
As perebas políticas tentarão converter as adversidades em conquistas eleitoreiras.
E assim, tapando o sol com a peneira, continuaremos inertes até que o antibiótico planetário nos reduza à nossa insignificância.
Perdemos a noção de nosso lugar no planeta ... não, errado. Não perdemos por que nunca a tivemos. Nunca entendemos que somos parte de um organismo, e que a manutenção da vida como conhecemos depende de um equilíbrio planetário.
O parasita esta matando o hospedeiro.
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