quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os verdadeiros cavaleiros do apocalipse



Os 4 “V”s do apocalíptico trânsito de nossas cidades.

Volume
Violência
Velocidade
Vagas


Volume – de carros. O número de veículos só faz aumentar nos últimos anos. Hoje, temos 270.000 veículos licenciados em Joinville. Crescemos a uma taxa de 2000 licenciamentos por mês.

Cacete!

Em 10 anos seremos 510.000 veículos. Um aumento de 88,8%.  Oooooh!
Bobagem. Exclamarão os incrédulos. Exagero! Tolice!

Pois é. Mas o que esses bonitinhos teriam dito, se eu lhes dissesse há dez anos atrás, quando a cidade possuía 130.000 veículos registrados, que logo logo haveria 270 mil, ou seja, um aumento de 108%. Aaaaaahhh!

O que é sandice hoje será realidade amanhã.
Então, imagine a sua rua, ou qualquer uma que vc ache cheia. Dobre o número de veículos e deleite-se com a visão de um provável futuro. A nossa nova realidade.

Alguém acha que será diferente? A nova classe média emergente abrirá mão de seus veículos?
Os mais abastados passarão a usar transporte coletivo? As crianças e os adolescentes de hoje abdicarão do seu quinhão de liberdade?         Nãããããããããããããão.
Realmente, o que atrapalha o transito é “os outros”.
Tem muito “os outros” nas ruas

Uma área de acúmulo pode ser:
Destino 
– então devemos desestimular o destino, ou mudar a forma de alcançá-lo.
Passagem 
– área a ser cruzada para chegar ao destino – devemos então descobrir outras opções de itinerário para usar.

E se for destino de uns e passagem de outros?
Putz! Aí, meu ... chama o Chapolin Colorado






Violência – está diretamente ligada à falta de educação e de respeito ao direito do outro. No momento em que entramos num carro e ligamos o motor, todos os que nos causarem empecilhos serão declarados inimigos. E sobre “eles” lançaremos pragas que farão ruborizar os mais experientes feiticeiros.

- “como pode, aquele imbecil ocupar duas vagas”
- “lerdo, desgraçado. Vai me fazer perder o sinal amarelo”
- “parada em duas vagas. Só podia ser mulher”
- “o corno me deu uma fechada. Vai tirar o pai da forca?”
- “anda, cavalo. O sinal já abriu”
- “ Ah, filho d’uma fucinhuda. Parô bem no meio da rua.

Obs: alguns adjetivos foram substituídos por outros publicáveis.

A culpa é sempre dos outros.

“Todo mundo tem a sua razão.
O que atrapalha, é a razão dos outros.”

O problema é que essa indignação com os outros, gera estresse, faísca e consequentemente,  irracionalidade e falta de prudência.

Os vidros escuros reforçam a mascara e a falsa sensação de proteção.
Estamos escondidos e podemos manifestar toda a nossa ira.

Sería melhor que todos usássemos conversíveis. Assim poderíamos nos olhar e entender que no outro veículo também existe um “eu”.


Velocidade - essa é contraditória.  As fábricas fazem carros cada vez mais velozes e furio... , isto é,  poderosos. De zero a cem em 5 segundos. Bah!!

Vendem potência e velocidade como se fosse Viágara. A propósito, existe um estudo feito por cientistas desocupados de um país nórdico, que a potência e a velocidade do carro têm uma ligação psicológica inversamente proporcional ao tamanho do pênis do condutor.



Estudos mais sérios, indicam que a maioria dos acidentes acontecem num raio de até 8 km de casa, ou seja, a cagada acontece onde a gente se sente seguro e .... abusa.
Além disso, quanto mais gente (carro) andando nas ruas, mais a gente (tonto) têm que compensar na velocidade para cumprir o mesmo compromisso.

Ooouuuurrrra, meu!  Sai mais cedo,tche!

Vagas - aqui é o vale tudo. Afinal, depois que está parado, um carro não faz mais parte do trânsito, né?  O negócio é parar e sair do carro   ... aí “eu” volto a ser gente.
Os que oferecem vagas, não querem saber se está bem estacionado nem se vai causar transtorno ou obstáculo. Publicas (na rua) ou particulares; abertas ou fechadas  ... poucas são as áreas respeitadas e organizadas.
Se for na frente de escola .... fufafifariu  ... vale tuuuuuuuuuuudo.

“O meu direito acaba onde começa o do outro”

Hoje, ainda nos damos ao luxo de ir ao centro – de carro – e ainda tendo como certa a possibilidade de estacionar próximo ao local de destino.
Bem, em São Paulo ou no Rio isso “non ecziste” .
E daqui a dez anos? Com o dobro de veículos. Onde pararemos.


Logo, vamos comprar um carro novo que ficará na concessionária. Quando quisermos, vamos até lá, entramos nele um pouquinho ... ligamos e desligamos o motor e depois voltamos para casa a pé.

            Taí. Essa é a solução para os quatro Vês. Andar a pé.

Ô loco! Como é que ninguém pensou nisso antes?



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