Os 4 “V”s do apocalíptico trânsito de nossas cidades.
Volume
Violência
Velocidade
Vagas
Volume – de carros. O número de veículos só faz aumentar nos últimos anos. Hoje, temos 270.000 veículos licenciados em Joinville. Crescemos a uma taxa de 2000 licenciamentos por mês.
Cacete!
Em 10 anos seremos 510.000 veículos. Um aumento de 88,8%. Oooooh!
Bobagem. Exclamarão os incrédulos. Exagero! Tolice!
Pois é. Mas o que esses bonitinhos teriam dito, se eu lhes dissesse há dez anos atrás, quando a cidade possuía 130.000 veículos registrados, que logo logo haveria 270 mil, ou seja, um aumento de 108%. Aaaaaahhh!
O que é sandice hoje será realidade amanhã.
Então, imagine a sua rua, ou qualquer uma que vc ache cheia. Dobre o número de veículos e deleite-se com a visão de um provável futuro. A nossa nova realidade.
Alguém acha que será diferente? A nova classe média emergente abrirá mão de seus veículos?
Os mais abastados passarão a usar transporte coletivo? As crianças e os adolescentes de hoje abdicarão do seu quinhão de liberdade? Nãããããããããããããão.
Realmente, o que atrapalha o transito é “os outros”.
Tem muito “os outros” nas ruas
Uma área de acúmulo pode ser:
Destino
– então devemos desestimular o destino, ou mudar a forma de alcançá-lo.
– então devemos desestimular o destino, ou mudar a forma de alcançá-lo.
Passagem
– área a ser cruzada para chegar ao destino – devemos então descobrir outras opções de itinerário para usar.
– área a ser cruzada para chegar ao destino – devemos então descobrir outras opções de itinerário para usar.
E se for destino de uns e passagem de outros?
Putz! Aí, meu ... chama o Chapolin Colorado
Violência – está diretamente ligada à falta de educação e de respeito ao direito do outro. No momento em que entramos num carro e ligamos o motor, todos os que nos causarem empecilhos serão declarados inimigos. E sobre “eles” lançaremos pragas que farão ruborizar os mais experientes feiticeiros.
- “como pode, aquele imbecil ocupar duas vagas”
- “lerdo, desgraçado. Vai me fazer perder o sinal amarelo”
- “parada em duas vagas. Só podia ser mulher”
- “o corno me deu uma fechada. Vai tirar o pai da forca?”
- “anda, cavalo. O sinal já abriu”
- “ Ah, filho d’uma fucinhuda. Parô bem no meio da rua.
Obs: alguns adjetivos foram substituídos por outros publicáveis.
A culpa é sempre dos outros.
“Todo mundo tem a sua razão.
O que atrapalha, é a razão dos outros.”
O problema é que essa indignação com os outros, gera estresse, faísca e consequentemente, irracionalidade e falta de prudência.
Os vidros escuros reforçam a mascara e a falsa sensação de proteção.
Estamos escondidos e podemos manifestar toda a nossa ira.
Sería melhor que todos usássemos conversíveis. Assim poderíamos nos olhar e entender que no outro veículo também existe um “eu”.
Velocidade - essa é contraditória. As fábricas fazem carros cada vez mais velozes e furio... , isto é, poderosos. De zero a cem em 5 segundos. Bah!!
Vendem potência e velocidade como se fosse Viágara. A propósito, existe um estudo feito por cientistas desocupados de um país nórdico, que a potência e a velocidade do carro têm uma ligação psicológica inversamente proporcional ao tamanho do pênis do condutor.
Estudos mais sérios, indicam que a maioria dos acidentes acontecem num raio de até
Além disso, quanto mais gente (carro) andando nas ruas, mais a gente (tonto) têm que compensar na velocidade para cumprir o mesmo compromisso.
Ooouuuurrrra, meu! Sai mais cedo,tche!
Vagas - aqui é o vale tudo. Afinal, depois que está parado, um carro não faz mais parte do trânsito, né? O negócio é parar e sair do carro ... aí “eu” volto a ser gente.
Os que oferecem vagas, não querem saber se está bem estacionado nem se vai causar transtorno ou obstáculo. Publicas (na rua) ou particulares; abertas ou fechadas ... poucas são as áreas respeitadas e organizadas.
Se for na frente de escola .... fufafifariu ... vale tuuuuuuuuuuudo.
“O meu direito acaba onde começa o do outro”
Hoje, ainda nos damos ao luxo de ir ao centro – de carro – e ainda tendo como certa a possibilidade de estacionar próximo ao local de destino.
Bem, em São Paulo ou no Rio isso “non ecziste” .
E daqui a dez anos? Com o dobro de veículos. Onde pararemos.
Logo, vamos comprar um carro novo que ficará na concessionária. Quando quisermos, vamos até lá, entramos nele um pouquinho ... ligamos e desligamos o motor e depois voltamos para casa a pé.
Taí. Essa é a solução para os quatro Vês. Andar a pé.
Ô loco! Como é que ninguém pensou nisso antes?
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