O primeiro jogo começou normalmente. 11 de cada lado. Goleiros, bola, espaço para correr. Passes, passos, firulas, cabeçadas e gols, em suma, um jogo gratificante e divertido.
No segundo jogo, algumas alterações. Saíram dois jogadores e entraram cinco em cada time. O jogo começou estranho. Eram quatorze em cada lado. Ficou meio tumultuado, mas a disputa era engraçada.
No terceiro jogo, mais alterações. Novamente saíram dois jogadores de cada lado e entraram cinco em seus lugares. O jogo era uma piada. Dezessete jogadores em cada time. Ninguém conseguia uma coordenação.
No quarto jogo, novamente, saíram dois e entram cinco em cada lado. - Sem noção! Vinte jogadores de cada lado. Já não dava para ver a bola direito. Era um bolo de gente chutando o desconhecido e tentando chegar a algum lugar.
No quinto jogo, repetiu-se o delírio. Saíram dois e entram cinco. 23 de cada lado.
- Não dá! Começaram a gritar. Virou bagunça! Que descontrole é esse? Ninguém toma uma providencia?
Então, os dirigentes disseram que resolveriam a situação.
No sexto jogo, já com vinte e seis jogadores da cada lado, os dirigentes - que eram políticos espertos e de visão - apresentaram uns ajustes. Aumentaram o tamanho do gol, dobraram o número de goleiros e soltaram mais duas bolas no campo.
Esse seria o novo futebol.
Pois é. É exatamente isso que estamos fazendo com nossas cidades. Nossa área é a mesma, nossas águas são as mesmas, nossas montanhas são as mesmas, nossas ruas são (basicamente) as mesmas.
Usando a copa do mundo como unidade de tempo ( 4 em 4 anos), façamos uma reflexão: - nossas vidas.
Como era a vida na cidade na copa de 2002 ou de 2006? Como é a vida na cidade na copa de 2010?
Como será a nossa vida na copa de 2014? E na de 2018, 2022 .... 2062?
Quantos jogadores estarão no campo?
Publicado no jornal A Noticia
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