quarta-feira, 13 de julho de 2011

O futuro que nos prometeram



Fui enganado. Cadê os jetsons?

Cadê aqueles trenzinhos suspensos zipando sobre aquelas áreas enormes
entremeadas por intermináveis gramados, jardins e alamedas?

Cadê aqueles prédios gigantes e absurdamente distantes entre si,
ligados apenas pelos trilhos e vias suspensas?

Cadê os cinturões voadores?
Ou os carrinhos elétricos andando em formação,
 parando diante do grupo de 6 ou 7 cidadãos
placidamente aguardando sobre a impecavelmente plana calçada?

Tudo amplo. Tudo muito limpo. Tudo muito vazio ....

Vazio?!

Cadê as pessoas?

Pelas previsões, parece que nós seríamos uma meia dúzia
 a habitar as cidades do futuro.

Todos caminhando aos pares , com aquelas túnicas alvas.
Um idoso aqui, outro acolá, magrinho e atlético,
geralmente correndo e brincando com uma criança.




????    Putz. Fui enganado!

Vivemos mais, mas temos menos tempo.
Nossas cidades crescem, mas nossos espaços diminuem
Nossos carros estão mais velozes, mas andamos mais devagar.
Os mesmos estão mais seguros, mas nunca se morreu tanto no transito.
Nossa engenharia de alimentos evoluiu, mas tudo o que queremos comer:
 “engorda, é imoral ou é ilegal”

A expectativa de vida é cada vez maior,
Mas a expectativa de usufruí-la é uma incógnita.
Temos uma infinidade de cursos em quantidade e qualidade,
mas nunca houve tantos desqualificados.

Vivemos a vanguarda da comunicação e da integração global
 e ainda assim, nunca estivemos tão sozinhos

A vida é cada vez mais corrida. O mercado nos induz a consumir.




Consumir mais, agora, já e novamente. 

Este “mercado” nos diz que devemos investir em nós mesmos e em nossos filhos
 – fundamental, médio, superior, mestrado doutorado, pós+pós+pós, idiomas, cursos, bens, reservas, roupas, aparência, círculos de amigos, velhice, .....
 Tempo, tempo .... muito tempo.

E quando desfrutamos?
Quando vai chegar esse “futuro” que tanto sacrifica o nosso presente?
Só tomamos uma atitude se somos pegos de surpresa .... mas geralmente, é tarde demais.

Não. Não foi isso que nos prometeram os futurólogos

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