quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tá tudo errado na educação



Nestes tempos de “modernitude”, das avalanches de informações sobre nossas cabeças, da cobrança social de sucesso, do resultado financeiro como objetivo supremo, algumas atividades ainda se arrastam na idade média. Uma delas é o ensino.

O Professor, o Mestre - deveria ser tratado com toda a reverência de uma sociedade, e ser regiamente remunerado. À ele deveríamos disponibilizar todo o suporte para o exercício da profissão. E orgulhosa, deveria ser a família que tem entre seus membros um indivíduo que exerça ou vislumbre exercer esta tão nobre atividade. Porém a realidade é outra.

As matérias são ministradas com quadro negro e giz (?!) A mensagem subliminar é que a aula será enfadonha, monótona e interminável. Todas as esperanças de resultados ficam depositadas na criatividade e no compromisso sacerdotal dos professores.

Isso, por si só, já seria um contra-senso da atualidade. Mas algo mudou, e mudou para pior.  O respeito pelo mestre acabou. Em sala de aula, professores são ignorados, afrontados e intimidados.

De um lado, os alunos – geralmente com o aval dos pais – se achando socialmente superiores e escudados em leis hipócritas que lhes eximem de punição.

Do outro lado, as escolas – agora administradas como empresas – que, na ganância financeira, buscam o maior número fisicamente possível de lotar as salas de aula e a conta bancária. Escolas que viraram depósitos de crianças, onde não importa o que será ensinado e nem como, desde que no final haja um diploma.

Há ainda o terceiro lado (?!) – o do governo – que transformou a atividade de ensino em promessa de palanque – com direito a esquecimento e ao costumeiro argumento pós eleição de que não há verbas.

Os salários deveriam ser simplesmente triplicados já - agora - ontem.

O que não for gasto agora em educação será gasto amanhã em penitenciarias. As estruturas físicas, depois de inauguradas com pompa e circunstância são abandonadas à própria sorte, desprovidas de manutenção e de segurança. A pouca estrutura didática é de má qualidade e superfaturada. E ainda assim, sujeita a roubo e desvio.

O que encontramos?

No ensino fundamental – “temos que fazê-los saber ler e escrever.” Por que não fazê-los se apaixonar pelo ato de aprender?

No 2º grau – “o objetivo é passar num vestibular.” Por que não usar o universo da informação para interagir com as aulas?

Na faculdade – “o que importa é ter um diploma.” Por que não ensinar a ser um bom profissional e lhes dar a noção de sua responsabilidade social?

E o ensino, como foi?  Aprendeste? Não. Agora que tens um canudo, terás que buscar novos cursos (bem pagos) para que possas exercer sua profissão. Mas nestes cursos as aulas não são dadas por professores, mas por profissionais de áreas específicas, estes sim, muito bem pagos e respeitados.

Aaah !!!- Mais e a responsabilidade da família? Esta se esqueceu, ou já é de uma geração que não aprendeu. Logo, não é possível dar uma coisa que não se tem.

É lamentável esse circulo vicioso, e alguém terá que interrompê-lo.

Quem?

Exatamente os mesmos que lamentam. Pois foi a omissão destes que permitiu que o problema chegasse aonde chegou. 

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